O tempo abotoa a todos nós
com seus botões de destino transfigurador...
o que flui - atravessa o tabuleiro das horas.
O nó de sua gravata aperta mais,
no decorrer de nossas caminhadas
contra a sua própria face.
O tempo passeia por nós
com seus monumentos azuis
e transformadores.
Compete-nos:
saber – conhecer os desafios,
e a cada momento tentar elucidá-los.
O tempo divulga:
As áreas boas e perigosas
e no desenrolar das horas
arma e desarma esgrima.
Somente o tempo diz tudo...
somente com o tempo a cicatriz sara...
INFÂNCIA DO POETA
Dia de febre e piano, na minha abscissa e algébrica memória ancestral.
Chega a mim esse dilúvio de ombros e braços, provindo da ventania do tempo.
Uma fome de coisas passadas, Um dia de lucidez e coros. Vem em espécie de fio de labirintos.
Na ocasião noturna, agora. Bate à porta: As brincadeiras puerícias, os rinchos dos cavalos nos campos, o corte da cana-de-açúcar, o gostoso comer da manga no pé, o cuscuz de arroz, o bolo de fubá os gansos fazendo amor, o lago, o milharal, o banho nas águas do Rio Parnaíba – Velho Monge, o comer e beber pão e vinho em torno da mesa e família.
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Dia de árvores e plumas, na distante memória ancestral.
Chega a mim, essa luz de pássaros e frutos. Provindos da ventania do tempo...