AUSÊNCIA IV
Uma noite
Bateu à minha porta...
Algo incompreensível
Não tinha rosto
Não tinha sangue
Silentemente bateu à minha porta...
Não falou o nome
Não vi seu corpo
Silenciosamente bateu à minha porta...
Não fumou cigarro
Não me trouxe flores...
Discretamente bateu à minha porta...
Não vasculhou minha gaveta
Não trocou o travesseiro
Vagarosamente bateu à minha porta...
Não chorou saudade
Não ouviu os meus discos
Apenas bateu à minha porta...
E constatou que eu estava vazio
Que meu peito sangrava...
Após o assassinato da minha
Alegria.
Ausência... Por que tu me matastes?...
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 09/06/2008