A PRISÃO
Na corda-bamba tu me colocas
e submete-me a uma cruel tortura,
o inseto na lâmpada me azucrina,
as feridas da pobreza me sensibilizam,
ordem no recinto fala o meritíssimo,
vejo o sol nascer quadrado,
minhas necessidades faço em um
canto sem privada, a comida é intragável,
uma zorra noturna, uma muralha sem
escalada,
um homem de botas à Luiz XV,
ouvido na parede pra ouvir o irmão
não de sangue, greves, badernas e
confusões diárias,
um carrasco maníaco que fuma,
o que fazer não tem, comprar feito
é bem melhor, depois de tantas,
o silêncio massacrante,
mais um dia, sem ser o dia de voar.
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 03/03/2007
Alterado em 03/03/2007