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O DESEJO MÚLTIPLO DE HELENA
O hálito de beijo molhado e no fundo da alma o contentamento. Helena, sorria, sorria... O fogo, o fluxo dos mares e uma vontade danada de repetir o sabor de navalha e corte da noite anterior. Tudo foi lindo... TUDO – imensuravelmente tudo. Os abraços apertados, os beijos nas curvas torneadas e na boca carnuda.
Rui – esqueceu seu paletó – e lembrou, quando já estava no elevador. O cenário desentranhado, as cores das músicas, o florescer do ponto G – milimetricamente no pensamento.
Os dois ali, em pleno colóquio amoroso na alcova. Agora, o que seria desvencilhado? – acredita-se que nada. No jogo do amor, o desafiar das lâminas são intensos, são sois púrpuros, são desejos que cortam a carne.
A trajetória cilíndrica e o início das palavras, desmesuradamente cicatrizados. E o ponteiro do relógio é palpável. O campo estelar expõe seus ardores.
E na noite incendiada os devaneios são pecados, a música consagrada, pulsa nos olhares ardis. E tem a claridade do desejo – que, incendeia as cintilações da pele nua.
Helena e Rui – dois corpos, dois gestos incontidos. Formas e linhas – planos e construções de horizontes. Na pauta as linhas se cruzam e os horizontes se enchem de afetos - basta um beijo e um latifúndio de fragmentos reestruturados.
No encrespar da noite, a porta do quarto do apartamento de Helena, estava aberta – todas as luzes diáfanas beijavam os seus desejos múltiplos.
Edição de imagens:
Shirley Araújo
Texto: O desejo múltiplo de Helena
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 12/12/2013
Alterado em 28/02/2014
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