Desde que nasci um rio abarca o meu eu...
Rio de ensejos e ocasiões.
Não esqueço, descortina-me e faz-me sentimento.
Rio - olho do mar, das noites e das auroras.
Desde o princípio no ventre de minha mãe,
pressentia um caminhar de vida febril e feliz...
Eu tenho um rio em minhas entranhas,
porque tenho o mistério da quinta-essência
e vago no fluxo flexionado cheirando rosas.
O Rio ouve a voz do mar
e o pressagio dos acontecimentos migratórios
esses mesmos que mandam a chuva azul.
O Rio ouve a voz de meus ancestrais,
o mesmo semblante estelar,
que grita dentro de mim,
ausculta o metafórico mistério que me cerca
e a canção lírica.
.................. Rio...
Rio – acariciador da face lunar -
partitura dos instrumentos
que vive assim saltitando dentro de mim.