Textos
INFÂNCIA DO POETA
Dia de febre e piano,
na minha abscissa e algébrica
memória ancestral.
Chega a mim
esse dilúvio de ombros e braços,
provindo da ventania do tempo.
Uma fome de coisas passadas,
Um dia de lucidez e coros.
Vem em espécie de fio de labirintos.
Na ocasião noturna agora.
Bate a porta:
As brincadeiras puerícias,
os rinchos dos cavalos nos campos,
o corte da cana-de-açúcar,
o gostoso comer da manga no pé,
o cuscuz de arroz, o bolo de fubá
os gansos fazendo amor,
o lago, o milharal,
o banho nas águas do Rio Parnaíba – Velho Monge,
o comer e beber pão e vinho
em torno da mesa e família.
:
Dia de árvores e plumas,
na distante memória ancestral.
Chega a mim,
essa luz de pássaros e frutos.
Provindos da ventania do tempo...
Edição de imagens:
Shirley Araújo
Texto: Infância do poeta
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 28/03/2014
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