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AMOR LOUCO
Ó!.. amor louco que faz o meu
coração ficar desatinado e o meu castelo
abalado sismicamente.
Que no meu caderno extravia as páginas
sãs e equilibradas.
Que faz o meu sangue perder as estribeiras...
E poda a minha escada, não deixando eu
construir os meus cristais em outro território,
Que nas manhãs faz-me perder o rumo da luz,
dos lençóis e das minhas vogais.
Que me deixa sem horizonte, praias , plumas
E a origem do dia.
Ó!... amor louco que faz-me vacilar diante do
altar das constelações, que não deixa-me ver
O azul dos céus.
Que faz a ânsia do desejo ferir e arder no meu peito.
E no espaço aberto enterra o meu mar, a minha
nave e o meu ouro.
Ó!.. amor louco que faz da minha montanha uma
vasilha bem pequena e sem transparência, e não
deixa ver os ornamentos do sol e da lua, que no meu
bosque atira flecha sem precisão alguma.
Que percorre a chuva, os meteoros sem tecer uma
pequena luz de mel.
Ó!... amor louco, que tudo quer e nada dá-me em troca,
Que segura o manto do firmamento e não deixa tempo
pra celebrar a minha pátria que tanto amo.
Que andas deverasmente nos túneis, nos calabouços e
sopra o vento em direção contrário.
Ó!... amor louco que percorre beijo a beijo e não me
deixa ver o infinito, que me tira o sono e a luz da manhã.
Que atropela o meu território e na sobra destrói minha luz.
Ó!... amor louco... pode tirar-me tudo, mas mesmo assim eu
Amo o teu amor com meu amor inquebrantável e de infinito.
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 12/10/2007
Alterado em 12/10/2007
