A ESPERA DE UM GRANDE AMOR...
Já não sei quem sou!...
Se quem eu era se quebrou
desventrou-me e sumiu...
Por quê?...
Se tantas noites eu te soletrei...
Se tantas manhãs eu te supliquei...
E agora?... Sinto a beleza das flores
serem cortadas pela a tua lâmina
o brilho do sol partido pela tua espada...
O meu amanhecer tornou-se demasiadamente negro
mas, ainda resta o meu sorriso de lua
que às vezes tem um espetáculo escarlate
em outras uma cachoeira de pérolas...
Então me apego a estes bens preciosos
e me rolo sobre o teu cadáver clamando a esperança
e aos teus fios de cabelos me desespero
Vejo que tudo é pouco
e no pouco sou nada
sinto-me uma ponte bombardeada
uma ruga surgida no tempo
Sou uma consoante sem vogal
um peixe perdido na embocadura do rio
sem sal, sem açúcar
um gemido
uma torneira sem água
Sou a memória esquecida
enquanto um pedaço de mim
ainda te ESPERA...
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 28/12/2007
Alterado em 03/01/2008