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NÃO ME VENHA DIZER...
Não me venha dizer
Que o teu amor suicidou-se
Foi vítima de um desastre amargo
Se
Vejo em teus olhos
Meu avião ainda
Aterrissado
Não me venha dizer
Que o teu passado atropelou-se
Na avenida
Incendiou-se no vulcão cadavérico
Se
Na minha memória
Tua lembrança
Bebe a água do meu rio infinito
Não me venha dizer
Que o teu diálogo violentou-se
No farol da estação
Está de língua ferida
Se
Tuas palavras estão nos meus livros
Na biblioteca
E os poetas nem terminaram de
Divulgá-las na literatura
Não me venha dizer
Que a tua alma fugiu
Escafedeu-se
Anda penada pelo mundo
E na madrugada nem esperou
O galo cantar
Se
No meu peito ainda acende
A chama da paixão
A mesma de quando
Ficávamos em silêncio
A vigiar a lua
E ouvindo os sons das
Estrelas.
Não me venha dizer
O que passamos juntos
Para ti foi uma cruel tortura
E de tudo já até esqueceu
Se
No meu peito ainda
Está cravado todo nosso amor
Na árvore milenar
E na tua pele
A tatuagem
Com teu nome e o meu.
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 10/04/2008
Alterado em 10/04/2008