SAUDADE
Saudade
É uma ausência acinzentada
Que atropela o coração
Deixando uma crosta dolorosa
E emudecida no canto do peito
Esquerdo
Saudade
É uma efígie fria que se acortina
No chão da alma
É uma coisa torrificante
Que dilacera a região ladrilhada
Por onde percorre a cachoeira
Sanguínea
Saudade
É uma angústia espiralizada
Que enlaça os dias que faltam
Para se ver a pessoa amada
Saudade
É a irmã-gêmea da tristeza
Que vem em instante e instante
E não sabemos quando findará
Saudade
É um beijo estéril esquivado em soluço
Que o céu somente aflama
Quando quem se ama aparece.
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 16/04/2008
Alterado em 17/04/2008