A CASA DO MORRO
É naquele alto das matas
Onde se pode ver
As águas lavarem as pedras...
O balançar das palhas dos coqueiros
Nas noites, a lua emergir entre estrelas
E pirilampos...
Ao lado a floresta beijar suas flores
E ramagens...
Filtrar sua alma
E pousar o coração nas madrugadas.
Terra fértil e de corpo juncoso
Dos lírios e das acácias
Do jucá e do juazeiro
Das samambaias e do mandacaru
Das pitombeiras e aroeiras
Das guabirabas e pardais
O barro nobre povoa-se entre as árvores
E o batente das janelas
Revestem-se de musgos e jasmins.
O meu sangue habita...
Nas raízes e nos caminhos deste chão
Onde velam a minha saudade
O meu amor como um sopro ardente
Arrebenta na semente dos milharais
Na nudez dos mananciais
E no aroma de todas as flores.
Sob o arrebol
Ouvir o canto dos pássaros
E extrair o cheiro do chão
Da casa daquele morro.
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 03/05/2008