A LÍNGUA
É a mais faminta dos sentidos
Escuta a hora do almoço
Das tortas vitaminadas
Salta de bandeja no mar
E recupera os peixes
Ausculta o cheiro do cigarro
Da roupa minúscula...
Branda na esquina a cachaça
E a água mineral
No céu
Anuncia a propaganda dos beijos
No quarto
Alimenta-se de suor e brisa
Na boca
De salivas quentes e vorazes
A língua
É a fonte de desejos inesgotáveis
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 17/05/2008